quinta-feira, 3 de agosto de 2017

CASAMENTO

Dia 1 de agosto Arthur e Thiane se tornaram marido e mulher pela legislação civil.
Aquela garotinha insegura, pré-universitária, que tinha pavor de espinhas, que passava as tardes estudando na mesa de vidro, irritada porque não conseguia aplicar uma fórmula, chateada porque carregava a equipe da escola nas costas, irritada com o barulho da TV, do vizinho, da rua, que trocava de sapato duas, três vezes antes de sair, e que não sabia direito os rumos do seu coração, se tornou uma mulher e se uniu legalmente a um jovem com quem foi se envolvendo numa relação bonita, limpa e feliz.
O jovem Arthur, à primeira vista, não tem qualquer diferença de tantos e tantos outros jovens da sua idade, mas, essa impressão decorre da primeira observação, apenas. Quando se observa com cuidado e se convive minimamente com ele, nota-se que é um jovem gentil, que trata bem as pessoas à sua volta, seja um manobrista, garçom ou doutor.  Também é batalhador. Conquista com esforço e paciência o seu espaço no mundo. Mas, ao contrário do que se espera de um jovem, não é inconstante ou volúvel. Ele é firme nas suas posições, não oscila nas suas metas nem nos seus planos. Ele é íntegro e sincero em suas colocações, equilibrado na hora de beber uma cerveja, um vinho, engraçado sem ser bobo e, às vezes, bobo para ser engraçado, bastante companheiro e bastante amoroso, bastante delicado, sem perder a masculinidade.
E assim, a família que me acolheu se tornou oficialmente maior. Em dezembro, estarão no altar, numa cerimônia religiosa que selará de vez o passo que deram.
Quanto a mim, observador silencioso dessa história, me senti honrado em participar dessa união como um leigo e ignorante palpiteiro metido a consultor de moda.
Vi a noiva pronta na Maison Blanc e vivi o momento de cerrar os dentes e engolir o choro para opinar racionalmente sobre um modelo ou cor, me sentindo importante, relevante e significativo a cada palavra que proferia, tentando ser indiferente à luz que tomou conta da sala vinda da noiva mais bonita, com corpinho de Barbie, sorriso de adolescente e semblante de mulher.
Desejo felicidade tanta que se pudesse tirar da minha eu dava pra eles. Mas eu não preciso desse sacrifício. O jovem rapaz, aparentemente normal, mas com alma de anjo, vai saber cuidar dela como ninguém. Afinal, ela o escolheu para fazê-lo feliz também, e eu aposto que ela vai conseguir.
Deus, que não é um velho chato, de barba cobrador de pecados e condutas, nem nada, vai abençoá-los, com certeza. Afinal, (1 João 4:8) Deus é amor. E como amor, não mora nos templos, mas nos sentimentos.

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